Não gosto de futebol, mas vou fazer uma analogia com o livro de Isabela Noronha: perdeu o jogo na prorrogação do segundo tempo e com gol contra. Sensação de frustração. O livro iria ganhar três ou quatro pontos na indicação (de cinco), a autora escreve bem, prende, soube fazer três tempos diferentes, detalhes que se percebem em poucas frases, perfeito. Mas o final foi decepcionante. A impressão é que a autora estava com pressa de acabar e decidiu fazer qualquer "meia sola" pra o desfecho.
A estória é uma sacada boa: Lúcia e José tem uma filha de 11 anos, Amélia, que sai uma noite para a festa em casa de uma amiga, poucas casas adiante de onde mora. Só que não volta. Some, como centenas de pessoas diariamente. A angústia de quem fica, de quem deseja uma explicação para o destino da filha é retratado com perfeição pela escritora. Também consegue descrever a mente de uma idosa com problemas mentais ou com sinais senilidade. Escreve bem a autora.
Não gostaria que houvesse um final feliz, ou tudo ficasse esclarecido, nada tão previsível. Esperava um final inesperado que desse aquela surpresa que tudo o que se leu era o oposto. Fator surpresa. Que nada! É como se Lúcia fosse no supermercardo e... fim! Precisaria de um desfecho como foi o de Dona Esmê.
Em homenagem à "desfinalização" do fim do "Resta um"... o_o.
Em protesto, sem trechos.
sábado, 14 de novembro de 2015
sábado, 7 de novembro de 2015
A Mulher Enjaulada Departamento Q - Livro 01 - Jussi Adler-Olsen
O policial Carl Mørck é designado para assumir o "Departamento Q", criado para tentar resolver casos não solucionados na investigação após o crime / ocorrência. Mesmo depois de passar pelo trauma de perder um companheiro de trabalho e o outro ficar com tetraplegia, além dos tiros no próprio corpo. Começa com o analisando o desaparecimento de Merete Lynggaard, ocorrido quando fazia um cruzeiro com o irmão Uffe.
Paralelamente a esta designação e início da investigação, a autora narra a realidade de Merete Lynggaard, enclausurada em um quarto, apenas com o básico para sobrevivência, sem contato com qualquer pessoa, apenas ouve alguém que se comunica por um auto falante dando instruções. Essa descrição nos faz ficar com claustrofobia, uma agonia pela clausura. Porém, ao final do livro, me questiono como alguém pode ficar mais de cinco anos nessa situação sem enlouquecer ou morrer. Isso é pura ficção das mais fantasiosas.
O livro prende, tem uma lógica na ligação dos fatos, mas ficamos nos questionando por que tantas estórias paralelas para encher páginas, como a esposa Vigga, o enteado mal humorado, o inquilino, entre outras.
Duas estrelas pela tensão que a autora criou. mas é um livro razoável.
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