Não gosto de futebol, mas vou fazer uma analogia com o livro de Isabela Noronha: perdeu o jogo na prorrogação do segundo tempo e com gol contra. Sensação de frustração. O livro iria ganhar três ou quatro pontos na indicação (de cinco), a autora escreve bem, prende, soube fazer três tempos diferentes, detalhes que se percebem em poucas frases, perfeito. Mas o final foi decepcionante. A impressão é que a autora estava com pressa de acabar e decidiu fazer qualquer "meia sola" pra o desfecho.
A estória é uma sacada boa: Lúcia e José tem uma filha de 11 anos, Amélia, que sai uma noite para a festa em casa de uma amiga, poucas casas adiante de onde mora. Só que não volta. Some, como centenas de pessoas diariamente. A angústia de quem fica, de quem deseja uma explicação para o destino da filha é retratado com perfeição pela escritora. Também consegue descrever a mente de uma idosa com problemas mentais ou com sinais senilidade. Escreve bem a autora.
Não gostaria que houvesse um final feliz, ou tudo ficasse esclarecido, nada tão previsível. Esperava um final inesperado que desse aquela surpresa que tudo o que se leu era o oposto. Fator surpresa. Que nada! É como se Lúcia fosse no supermercardo e... fim! Precisaria de um desfecho como foi o de Dona Esmê.
Em homenagem à "desfinalização" do fim do "Resta um"... o_o.
Em protesto, sem trechos.
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