Tradução Natália Nunes
Título original: Umchenyie Skorblenyie
339 páginas
Editora Centaur / 2014
Título original: Umchenyie Skorblenyie
339 páginas
Editora Centaur / 2014
A narrativa se dá em primeira pessoa, na voz de Ivan, Vânia, um escritor que tem uma obra bem acolhida pela crítica russa, mas não rende suficiente para uma vida mais confortável financeiramente. Ele é criado por Nickolai e Ana Fiedorovna, simples proprietários de terra que tem Natacha a filha única, mas se afeiçoam ao menino. Nickolai começa a trabalhar para um príncipe tomando conta de suas terras, até deixando aos cuidados do agricultor o próprio filho, Aliocha, um belo rapaz, mas fraco de personalidade. Porém patrão e empregado brigam, tornam-se inimigos, iniciando uma briga judicial. Nesse estado de coisas, Natacha e Aliocha já estão perdidamente apaixonados. A saída que veem é a moça fugir de casa e viver com o filho do príncipe até que possam se casar, contra a vontade de todos. Mas o príncipe pensa em um casamento para o filho que traga um rendimento e venha salva-los nas economias. Assim, trama que Aliocha, fraco em suas vontades, abandone Natacha para casar-se com uma rica órfã.
Vânia, apaixonado por Natacha, acompanha toda a humilhação da moça, enquanto cuida de Nelly, uma órfã adolescente que encontra por acaso, sendo neta do ancião que faleceu em seus braços. Vânia, que idealiza Natacha, que idealiza Aliocha, que idealiza seu pai, que não idealiza ninguém. Perdão. Os pais amorosos de Natacha a perdoam; Natacha perdoa a fraqueza de Aliocha; Vânia perdoa Natacha... Porém, o inesperado é que todas estórias se concatenam, se emendam, formando uma teia de maldade e interesses.
O autor russo é soberbo na construção do sofrimento humano. Diálogos, estados de solidão, paixões, uma empatia com que se lê.
Muito bom.Findei a leitura, mas já com vontade de reler e reler e reler. Esse deixou ressaca literária (isso é bom!)
O autor:
Jornalista, filósofo e escritor russo nascido em 30/10/1821 em Moscovo; faleceu em São Petersburgo em 09/02/1881, aos 59 anos.
Sofria de epilepsia, que começou a se manifestar quando estava preso na Sibéria (para Freud era histeria, não epilepsia).