terça-feira, 19 de dezembro de 2017

As gêmeas do gelo - S. K. Tremayne

Título original The Ice Twins
Ano de publicação original 2015
Tradução Verônica Radulescu
Editora Bertrand Brasil /2016
Ficção inglesa
362 páginas 

Quando Kirstie e Lydia nasceram, cabelo branco como neve, olhos de um céu claro, o avô as apelidou do gêmeas do gelo. Apesar da personalidade diferente, eram gêmeas idênticas, difícil até para os pais Angus e Sarah Moorcroft distingui-las. Elas tinham uma comunicação própria, quase telepática. Mas Lydia sofre uma queda e morre. A mãe não supera a morte da sua preferida entre as duas. O pai envereda na bebida. O casamento sofre com a perda. Kirstie, a sobrevivente, começa a ter alucinações que seria a irmã Lydia que morreu, ou que ela estaria ali entre eles o tempo todo. A família Moorcroft se desestrutura aos poucos com revelações, descobertas, segredos. Decidem se isolar numa ilha herdada pelo marido para fugir da pressão que sofriam, desejando um reinício, esquecimento. Mas fugir fisicamente para uma ilha isolada, fantasmagórica, pode não ser a solução que fará apagar a realidade e a memória. 
Primeira voz em Sarah, terceira em Angus.
Um bom livro.
"A minha própria morte não é assim, tão intolerável. O problema é a morte daqueles que amo, porque parte de mim morre com eles. Assim, qualquer forma de amor é uma forma de suicídio."

O autor
Sean Thomas/ Tom Knox / S.K.Tremayne
Tom Knox é o pseudônimo do escritor e jornalista britânico Sean Thomas. Nascido em Devon, Inglaterra, em 1963, estudou filosofia na University College de Londres. Como jornalista, ele escreveu para o Times, o Daily Mail, o Spectator e o Guardião, principalmente em viagens, política e arte. Quando ele escreve sob o nome de Tom Knox, especializa-se em thrillers arqueológicos e religiosos. Mais recentemente escreveu romances sob o pseudônimo de S. K. Tremayne.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

Uma casa de família - Natasha Solomons

Título original The Novel in the Viola
Tradução Elsa T. S. Vieira
Editora Asa II
416 páginas
Elise Rosa Landau tem 19 anos, judia. Antes da Segunda Grande Guerra, quando os judeus começaram a ser perseguidos, os pais de Elise, um escritor e uma cantora, conseguem uma promessa de asilo nos EUA. A irmã Margot e o marido Robert também vão para a América. Julian, o pai, entrega  violino para Elise, dentro teria seu romance inédito.  Elisa, que não tinha perspectiva de sair da Áustria, escreve um anúncio num jornal inglês oferecendo serviço em casas familiares. Consegue resposta e vai para a Inglaterra trabalhar como doméstica na propriedade Tyneford, cujo dono, Senhor Rivers, sério e viúvo, vive como um lord, bem ao estilo inglês, rodeado de seu séquito de empregados. O filho Kit, charmoso e bonito, conquista o amor de Elise.  Mas a estabilidade e ida definitiva dos pais é um fantasma constante em sua cabeça. 
Natasha Solomons
A novela sem muita surpresa, sem necessidade de maiores informações, pois tudo o que se imagina acontece. Previsibilidade maior impossível. 
Natasha Solomons
Nasceu em 1980. Seu primeiro emprego, com nove anos, era como uma pastora, cuidando do rebanho da colina Bulbarrow. Desde então, trabalhou como roteirista com o marido, e atualmente estão trabalhando na adaptação cinematográfica de sua primeira novela, a lista do Sr. Rosenblum. Ela também está pesquisando um doutorado na poesia do século XVIII. Ela mora em Dorset. Seu segundo livro, The Novel in the Viola, analisa o impacto da guerra em uma aldeia de Dorsetshire e, em particular, no jovem Elise Landau, imigrante de Viena, que é enviado ao serviço na Inglaterra para escapar da guerra. [Fonte: http://www.foyles.co.uk]

segunda-feira, 11 de dezembro de 2017

Cuco - Julia Crouch

Título original: Cokoo
Ano publicação original 2011 Grã-Bretanha
464 páginas
Tradução Tiago Novaes
Editora Novo Conceito / 2012
Ficção inglesa
Rose recebe uma ligação da amiga Polly, dizendo que o marido Christos morreu e encontra-se em situação difícil com os dois filhos pequenos e abalada pela tragédia. Propõe, então, que amiga fique em sua casa, onde mora com Garreth e as duas filhas Anna e Flossie. Esse é o pior dos erros de alguém, sabemos disso, atos de humanidades à parte. Antes tivesse preferido a maravilhosa distância da amiga compositora, cantora e bonita. Mas a amizade das duas tem muitos segredos, favores, não se pode negar uma mão. 
Polly é uma ex pop star, ex drogada, personagem cheia de mistérios e desconfianças, considerada a grama mais verde do vizinho. Porém revela que, ao invés do verdejamento, estaria mais para uma erva daninha. Na realidade, Rose, dona de casa que se sente em dívida com Polly,  é uma personagem que não apaixona o leitor, crédula, devotada demais à família, insegura com o próprio corpo, amor e marido. 
Por fim, assim como um alcoólatra quando descobre uma adega escondida e não a larga até consumir todo o estoque [por falar em adega, como bebe a tal Rose!], a tal amiga viúva faceira não sairá tão fácil da casa emprestada. Então a tal Rose se arrepende de ter aberto as portas pra amiga.
Só um pequeno spoiller: todas as personagens mulheres vão para a cama com todos os personagens homens. Um desfrute sem fim.
O final... bem, nem todo final de livro é como a gente quer. Senão nós seríamos os escritores e não o escritor que escreveu. Aceitar e pronto. O que posso fazer é dar uma avaliação baixa por conta disso.
Um livro regular. Mas vale a leitura. 

Julia Crouch
Julia Crouch
Nasceu em 30 de abril de 1963, Cambridge e estudou Drama na Universidade de Bristol. Passou dez anos trabalhando como diretora de teatro e dramaturgia, depois se tornou uma gráfica e designer de sites bem-sucedida, uma carreira que ela seguiu por mais uma década enquanto criava seus três filhos. Um mestrado em ilustração seqüencial voltou a despertar seu amor pela narrativa e alguns cursos de escrita criativa da Universidade Aberta a levaram à escrita. Cuco, seu primeiro romance, surgiu como um rascunho muito fraco durante NaNoWriMo (National Novel Writing Month) em 2008. Atualmente trabalha em um galpão no fundo da casa de Brighton que ela compartilha com seu marido, o ator e dramaturgo Tim Crouch, seus três filhos, dois gatos chamados Keith e Sandra e cerca de doze guitarras (você pode encontrar #Keith, quem tem o seu própria hashtag, no twitter). Ela é um geek auto-confessa e luta para resistir a mexer com o código em seu site, que pode ser encontrado em www.juliacrouch.co.uk.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Melodia do mal - John Ajvide Lindqvist

Título original: Lilla stjärna
Editora Tordesilhas /  2014
488 páginas
Literatura sueca
Tradução Renato Marques de Oliveira

Lennard, músico que não conseguiu sucesso na juventude, encontra um bebê abandonado em um bosque, enrolado em plástico e fica fascinado com o som que a menina emite, como uma nota musical. Leva para casa e impõe silêncio à esposa Laila na decisão de esconder a criança no porão. Não sabe o que pretende com o bebê, porém sabe que ela tem uma capacidade musical que surpreende.  Laila, cantora que também fez um pequeno sucesso quando jovem, obedece, por medo, curiosidade ou pelo próprio vazio da vida, depois da decepção do próprio filho.
Quando descobre o que os pais escondem, Jerry, o filho, também fica intrigado pela estranheza da nova irmã,  também pela possibilidade de chantagear o pai para conseguir mais dinheiro.
Mas o instinto de Theres, a criança que se desenvolve devagar, é cruel e, depois de assassinar os pais, é acolhida por Jerry, influencia outras jovens, o instinto maligno se desenvolve mais. Entre as meninas envolvidas, Teresa, adolescente problemática que não se encontra no meio que vive.
Narrado em terceira pessoa, duas estórias desenvolvidas que se entrelaçam, Theres e Teresa, numa simbiose de estranhezas.
A narrativa dos atos são detalhadamente perturbadores. O autor consegue fazer um terror descritivo com maestria. Um livro de realismo fantástico. Cansativo, longo sem necessidade, confuso.

John Ajvide Lindqvist
John Ajvide Lindqvist Nasceu  Estocolmo, Suécia, 1968. Trabalhou como mágico, comediante stand-up, dramaturgo e roteorista de TV. Hoje é romancista.


"Uma vez, experimentara cocaína, no final dos anos 70. Uma banda de rock da moda tinha oferecido, e ele aceitara. Uma única carreira,  e só; nunca mais repetiu a dose - porque tinha sido fantástico. Fantástico demais."

"Para ela, a solidão nada tinha a ver com uma escolha, ou tendência de temperamento; não,  a solidão era um fracasso. "

"Pesquisou a palavra troll e o verbo trollar vinham do termo trolling, uma técnica de pesca que consistia em arrastar um anzol com iscas por sobre um cardume para que os peixes mordessem a isca. Traduzindo para o internetês: publicar comentários desagradáveis ou estúpidos apenas para obter uma reação, postar argumentos sem sentido apenas para emfurecer e perturbar a conversa. A pessoa que faz isso é um troll."

"Uma pessoa pode ter pensamentos assassinos e eacondê-los atrás de um sorriso, pode alimentar fantasias sobre sangue escorrendo e massa encefálica espalhada enquanto come müsli ni café da manhã,  cantarolando para si mesma. Mas, mesmo que nada de concreto emerja na superfície, mais cedo ou mais tarde as pessoas ao redor vão acabar percebendo alguma coisa. É algo que vaza como radiação ou osmose, escoando do próprio ser."