Editora Bertrand Brasil
479 páginas
Finalmente fui apresentada à escritora Isabel Allende. Longa espera, desculpável pela longa fila de autores para se conhecer. Escolhi a esmo o primeiro. A Filha da Fortuna foi uma grata surpresa. Não esperava que fosse tão primoroso na construção histórica, na fieldade aos costumes de cada cultura abordada: oriental e ocidental, China, Chile e EUA.
Eliza Sommers foi um bebê abandonado em 1832 à porta da casa de Rose Sommers, uma inglesa que vivia em Valparaíso, Chile, que, após uma decepção amorosa, decidiu viver aristocraticamente apenas com o irmão Jeremy, porém só. Considerou a criança a filha que não teve e a criou perto disso. Eliza, pequena, que tinha o olfato desenvolvido além de memória prodigiosa, cresceu isolada, porém feliz até os dezessete anos, quando viu pela primeira vez Joaquín Andieta, um empregado do seu tio, apaixonando-se perdidamente, entregando-se de todas as formas ao sentimento arrebatador. O rapaz não seria aceito entre os que rodeavam Eliza, mas não deixou de vivê-lo mesmo assim.
Logo a fama de ouro na Califórnia chegou a Valparaíso e Joaquín decidiu ir embora, fazer fortuna para tirar a mãe e a si próprio da miséria, abandonando Eliza, que nem se sabia grávida ainda.
Em nome do amor, Eliza decide encontrar o amante de qualquer forma com a ajuda de Tao Chi'en, um chinês que saiu do seu país como marinheiro sequestrado e acabou como um estudioso da medicina oriental. Como encontrar o amante num país estranho, nas mãos de um oriental que não conhecia, uma jovem entre prostitutas e caçadores de ouro? Eliza apenas era guiada pelo sentimento de amor que levava consigo e a certeza que encontraria Joaquín novamente.
Um bom livro. Recomendo.
"Eliza apaixonou-se pela liberdade. Tinha vivido entre as quatro paredes da casa dos Sommers, num ambiente imutável, onde o tempo rodava em círculos e a linha do horizonte mal se entrevia através das janelas estreitas, cresceu na armadura impenetrável das boas maneiras e das convenções, treinada desde sempre para agradar e servir, limitada pelo espartilho, pelas rotinas, pelas normas sociais e pelo temor. O medo tinha sido seu companheiro: medo de Deus e da sua imprevisível justiça, da autoridade, dos seus pais adotivos, da doença e da maledicência, do desconhecido e do diferente, de sair da proteção de casa e de enfrentar os perigos da rua, medo da sua própria fragilidade feminina, da desonra e da verdade."
Isabel Allende
Isabel Allende nasceu em 2 de agosto de 1942, em Lima, no Peru, onde o seu pai diplomata se encontrava em trabalho. No entanto, a sua nacionalidade é chilena, tendo-se tornado cidadã norte-americana em 2003. É filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo-irmão de Salvador Allende, e de Francisca Llona.
Isabel é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. Sua obra é marcada pela ditadura no Chile, implantada com o golpe militar que em 1973 derrubou o governo do primo de seu pai, o presidente Salvador Allende (1908-1973).
O seu livro editado foi A Casa dos Espíritos (1982) (La casa de los espíritus) que ganhou reconhecimento de público e crítica. A obra resultou num filme A Casa dos Espíritos (1993) realizada por Bille August, com Jeremy Irons, Meryl Streep, Winona Ryder e Antonio Banderas, tendo grande parte das rodagens ter decorrido em Portugal, em Lisboa e no Alentejo.
Em 1995 lançou o livro Paula, que a autora escreveu para a sua filha que estava em coma devido a um ataque de porfiria. Como a autora não sabia se a sua memória voltaria após a saída do coma, Isabel Allende resolveu contar a sua história para auxiliar a filha a lembrar dos fatos. Paula passou a ser então um retrato auto-biográfico. [Fonte: Wikipedia]
Finalmente fui apresentada à escritora Isabel Allende. Longa espera, desculpável pela longa fila de autores para se conhecer. Escolhi a esmo o primeiro. A Filha da Fortuna foi uma grata surpresa. Não esperava que fosse tão primoroso na construção histórica, na fieldade aos costumes de cada cultura abordada: oriental e ocidental, China, Chile e EUA.
Eliza Sommers foi um bebê abandonado em 1832 à porta da casa de Rose Sommers, uma inglesa que vivia em Valparaíso, Chile, que, após uma decepção amorosa, decidiu viver aristocraticamente apenas com o irmão Jeremy, porém só. Considerou a criança a filha que não teve e a criou perto disso. Eliza, pequena, que tinha o olfato desenvolvido além de memória prodigiosa, cresceu isolada, porém feliz até os dezessete anos, quando viu pela primeira vez Joaquín Andieta, um empregado do seu tio, apaixonando-se perdidamente, entregando-se de todas as formas ao sentimento arrebatador. O rapaz não seria aceito entre os que rodeavam Eliza, mas não deixou de vivê-lo mesmo assim.
Logo a fama de ouro na Califórnia chegou a Valparaíso e Joaquín decidiu ir embora, fazer fortuna para tirar a mãe e a si próprio da miséria, abandonando Eliza, que nem se sabia grávida ainda.
Em nome do amor, Eliza decide encontrar o amante de qualquer forma com a ajuda de Tao Chi'en, um chinês que saiu do seu país como marinheiro sequestrado e acabou como um estudioso da medicina oriental. Como encontrar o amante num país estranho, nas mãos de um oriental que não conhecia, uma jovem entre prostitutas e caçadores de ouro? Eliza apenas era guiada pelo sentimento de amor que levava consigo e a certeza que encontraria Joaquín novamente.
Um bom livro. Recomendo.
"Eliza apaixonou-se pela liberdade. Tinha vivido entre as quatro paredes da casa dos Sommers, num ambiente imutável, onde o tempo rodava em círculos e a linha do horizonte mal se entrevia através das janelas estreitas, cresceu na armadura impenetrável das boas maneiras e das convenções, treinada desde sempre para agradar e servir, limitada pelo espartilho, pelas rotinas, pelas normas sociais e pelo temor. O medo tinha sido seu companheiro: medo de Deus e da sua imprevisível justiça, da autoridade, dos seus pais adotivos, da doença e da maledicência, do desconhecido e do diferente, de sair da proteção de casa e de enfrentar os perigos da rua, medo da sua própria fragilidade feminina, da desonra e da verdade."
Isabel Allende
Isabel Allende nasceu em 2 de agosto de 1942, em Lima, no Peru, onde o seu pai diplomata se encontrava em trabalho. No entanto, a sua nacionalidade é chilena, tendo-se tornado cidadã norte-americana em 2003. É filha de Tomás Allende, funcionário diplomático e primo-irmão de Salvador Allende, e de Francisca Llona.
Isabel é considerada uma das principais revelações da literatura latino-americana da década de 1980. Sua obra é marcada pela ditadura no Chile, implantada com o golpe militar que em 1973 derrubou o governo do primo de seu pai, o presidente Salvador Allende (1908-1973).
O seu livro editado foi A Casa dos Espíritos (1982) (La casa de los espíritus) que ganhou reconhecimento de público e crítica. A obra resultou num filme A Casa dos Espíritos (1993) realizada por Bille August, com Jeremy Irons, Meryl Streep, Winona Ryder e Antonio Banderas, tendo grande parte das rodagens ter decorrido em Portugal, em Lisboa e no Alentejo.
Em 1995 lançou o livro Paula, que a autora escreveu para a sua filha que estava em coma devido a um ataque de porfiria. Como a autora não sabia se a sua memória voltaria após a saída do coma, Isabel Allende resolveu contar a sua história para auxiliar a filha a lembrar dos fatos. Paula passou a ser então um retrato auto-biográfico. [Fonte: Wikipedia]