terça-feira, 31 de outubro de 2017

O azul dos teus olhos - Mary Higgins Clark

O azul doa teus olhos
Mary Higgins Clark
Bertrand Editora
304 páginas 

Uma produtora de seriados de tv e seu filho são ameaçados de morte pelo assassino do marido, um médico bonito e competente. Ela, também bonita e competente, tem apenas o pai para protegê-la, um policial reformado velho e competente. A produtora bonita e perfeita está com um novo projeto de filmar assassinatos reais sem solução (como o do marido bonitão morto) e o primeiro episódio envolve uma socialite bonita casada com um multimilionário que é assassinada na festa de formatura da filha e das amigas, todas lindas, mas não tão competentes.  No emaranhado de suspeitas ainda há uma governanta, um motorista e um amante. Todos lindos. Até o assassino do médico primeiro morto, que tem os olhos azuis. Fim da farsa, nem os olhos são realmente azuis do bandido.
Péssimo livro, previsível, não prende e cheio de personagens "enche página ". Não entendo como essa autora infeliz tem uma fama de ser escritora policial boa. Só se for "bonita e perfeita " como os personagens sem personalidade que ela cria: uma farsa!


Mary Higgins Clark
Mary Higgins Clark
Nasceu em 24 de Dezembro de 1927, Bronx, Nova Iorque, EUA. O pai morreu quando ela tinha dez anos, deixando a família numa situação econômica difícil. Depois de terminar os estudos do ensino secundário, Mary tirou um curso de secretariado e trabalhou no cargo numa agência de publicidade durante três anos. Abandonou a agência para trabalhar como hospedeira do Pan American Airlines, onde ficaria até ao seu casamento com um amigo de longa data, Warren Clark. Em 1956 começou a escrever contos para jornais e revistas e peças para a rádio. O primeiro livro que publicou foi uma biografia de George Washington,Aspire to the Heavens. Warren viria a morrer em 1964, vítima de um ataque de coração. Mary ficou com cinco filhos a seu cargo. Foi então que decidiu dedicar-se à escrita. Todos os dias se levantava às 5 da manhã e escrevia até às 7, hora a que preparava os filhos para a escola. O seu primeiro livro policial Where Are the Children?, publicado em 1975, tornou-se um best-seller. Mary decidiu continuar os estudos e inscreveu-se na Fordham University, onde, em 1979, se doutorou summa cum lauda em Filosofia. Desde então foi distinguida com 16 doutoramentos honoris causa e tem recebido numerosos prêmios literários. Os seus livros estão traduzidos em várias línguas. Em 1996 Mary casou com John J. Coheeney. No mesmo ano, lançou o Mary Higgins Clark Mystery Magazine. Atualmente reside em Saddle River, New Jersey. É uma escritora contemporânea norte-americana. [Fonte: Wikipedia]

Promessas - LaVyrle Spencer

Sem dados da publicação 

Nada como um romance de banca para amenizar as leituras. Claro, este não é um romance de banca de fato, já que a definição desse é o sentido fiel das palavras, ou seja, livros vendidos em banca de revista com conteúdo açucarado. Esse livro de LaVyrle se encaixaria no açúcar e tudo mais, faltando apenas ir para as bancas.
A mocinha Emily, rebelde, independente, bonita, encontra Tom, mocinho estupidamente maravilhoso e se antipatizam; a mocinha é comprometida com outro, o bonzinho, amigo, meigo, penoso e apaixonado Charles, com quem tem um romance desde a barriga de suas mães. Os mocinhos se apaixonam e não sabem como contar ao pobre terceiro vértice. Clichê. O final todos sabem.
Comecei minha paixão pela leitura pelos 11 ou 12 anos, lendo romances de banca. Menina precoce eu, então imaginava que o "felizes para sempre" do fim, quando sempre e sempre a mocinha engatava de vez com o mocinho num amor de varinha mágica, escondia, na realidade, algo não revelado: o verdadeiro amor posto à prova, convivência e cama compartilhados, divórcio à vista.
Ao invés de dizerem "te amo", deveriam dizer "te paixão". É como conto de fadas que adorava quando criança: bom de ler, mas sabendo que nada daquilo existe. Mas um bom entretenimento.
O livro como um romance de banca é uma boa pedida, para quem gosta do estilo. 
Lavyrle Spencer

LaVyrle Spencer
Nascida em 17 de julho de 1943, Browerville, Minnesota , onde foi criada.Pouco depois da graduação do ensino médio, Spencer casou com o namorado da escola, Dan Spencer. Eles comemoraram mais de 54 anos de casamento (desde fevereiro de 1962). Os dois tinham duas filhas, Amy e Beth (que morreram em 1990) e são avós. Eles moravam em uma casa vitoriana em Stillwater, Minnesota, até vender sua casa familiar em 2011. Eles agora moram em North Oaks MN, onde Spencer gosta de cultivar jardinagem, cozinhar, tocar violão e piano elétrico e fotografia. É uma autora americana best-seller de romance contemporâneos e históricos. Ela publicou com sucesso uma série de livros, com vários deles feitos em filmes. Doze de seus livros foram best-sellers do New York Times, e Spencer foi induzida no Writers Romance do Hall da fama da América em 1988. Ela deixou de escrever em 1997. [Fonte: Wikipedia]

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

As fúrias invisíveis do coração - John Boyne

Título original The Heart's Invisible Furies
Tradução  Luiz A. de Araújo
Editora Companhia das Letras
536 páginas
Cyril Avery é a voz que narra seus quase 70 anos de vida, até mesmo desde quando sua mãe, então com 16 anos, foi e expulsa da cidade onde morava na Irlanda carregando-o ainda em formação na barriga. E foi esse o motivo de sua execração em plena Igreja e à frente de todos os fiéis católicos hipócritas romanos: gravidez solteira. Era finalzinho da Segunda Guerra Mundial.
A mãe de Cyril dá o filho para outra família criar, sendo  adotado em Dublin por Charles e Moude Avery, que lhe deram conforto, mas amor e acolhimento como filho legítimo seria pedir demais para um casal egocêntrico.
Cyril é um menino estóico. Aceita o que lhe dão e se encaixa na família pouco convencional que é obrigado a viver. Aí conhece Julian aos sete anos, menino da mesma idade sua, desenvolvido, falante e desenrolado, seu oposto. Desenvolve um certo fascínio pelo garoto, afeto que persiste, mesmo tendo apenas um contato com ele, só se reencontrando novamente sete anos depois num colégio interno. Tornam-se melhores amigos. Cyril então se percebe homossexual, apaixonado pelo amigo em um país preconceituoso e machista. Não pode ser contra sua natureza, mas deve se preservar e à amizade com Julian.
Os reencontros com a mãe verdadeira se dão constantemente, sem que nenhum saiba que são mãe e filho de fato.
O livro fala sobre o  preconceito irlandês contra homossexuais e mães solteiras, poder da Igreja Católica, pederastia, homofobia, a devastação da chegada da AIDS e seu estigma sobre os homossexuais, adoção, perdão, entre outros assuntos.
Exemplar extenso, que não deveria chegar a tanto. Em 60% dele, o que era empolgante e prazeroso na leitura passa a ser monótono e repetitivo. Diálogos longos e vazios, personagens que se (re)encontram demais, outros que, caso fossem retirados da trama nada alteraria ou até seria mais lógico, como Ignac, Jack e outros.
Seria um bom livro,  mas tornou-se razoável pela vontade do autor em esticar uma trama sem necessidade. Como um elástico desgastado.

"(...)Se eu tivesse um filho de verdade, faria o possível para que ele entendesse isso: a monogamia não é o estado normal do homem,  e, quando eu digo homem, quero dizer homem ou mulher. Apenas não tem sentido você se algemar sexualmente à mesma pessoa durante cinquenta ou sessenta anos quando a sua relação com essa pessoa pode ser muito melhor se vocês se derem a liberdade de penetrar e ser penetrada por pessoas do sexo oposto que acharem atraentes. O casamento devia ser questão de amizade e companheirismo, não de sexo. Quer dizer, que homem em sã consciência quer sexo com a própria esposa?"

"(...) Era 1959. Eu não sabia quase nada de homossexualidade, salvo que, na Irlanda, ceder a tais impulsos era crime punível com pena de reclusão, a menos, é claro, que o interessado fosse padre, caso em que ser homossexual era uma prerrogativa do ofício."

"'(...)Fui adotado. Há muito tempo. Quando era bebê.'
[...] 'Sim, mas ter uma origem dessas.... É uma cepa ruim na família'"
John Boyne
"(...) Estava começando a perder os cabelos, coitado, e não suportava nem pensar nas outras indignidades que a meia-idade pode infligir." 

John Boyne
Escritor irlandês nascido em 30 de abril de 1971, em Dublin, Irlanda, famoso pelo best-seller O Menino do Pijama Listrado. Estudou língua inglesa no Trinity College, e Literatura Criativa na Universidade de East Anglia, onde foi galardoado com o prêmio Curtis Brown.
 

O chamado do cuco - Robert Galbraith

Título original: The Cuckoo's Calling
Publicado originalmente na Grã Bretanha em 2013
Tradução: Rita Vinagre
Editora Rocco
416 páginas
Romance inglês

Modelo fotográfica, negra, bonita, bipolar, depressiva, adotada por uma família rica aparentemente comete suicídio pulando da janela  de seu apartamento. Até aí tudo previsível, enredo batido. O irmão que tem cara de hamster não aceita a hipótese de suicídio e contrata um detetive para investigar. Irmão também adotado pela mesma família, atitude sem pé e nem cabeça para um irmão. Mas tudo bem. Vá lá.  E contrata o detetive sebento da trama, falido, com um relacionamento derrubado, fumante e sem clientes. Mais previsível impossível. Mas vamos em frente pra ver se se salva... o tal detetive particular contratado uma secretária temporária de uma empresa prestadora de serviço (veja bem: investigador "falido", que nem tinha dinheiro pra alugar um muquifo). A tal secretária adora a ideia de ir trabalhar para um investigador, enquanto procura um emprego definitivo. Aí chegou ao cúmulo da previsibilidade. Já viu no que dá: dupla dinâmica que nem Batman e Robin. Acho até que foi essa a intenção do autor por chamar essa personagem de Robin. Até nisso o esperado nos surpreende!
Nem preciso dizer que aqui cabe um spoiler merecido: eles  descobrem que não foi suicídio e o assassino não é imprevisível.
Um livro ruinzinho. Não recomendo.  
J K Rawling / Robert Galbraith

Robert Galbraith
Pseudônimo de J.K. Rowling, autora da série Harry Potter e de Morte súbita.
Joanne "Jo" Rowling, 31 de julho de 1965, mais conhecida como J. K. Rowling, é uma escritora, roteirista e produtora cinematográfica britânica, notória por escrever a série de livros Harry Potter,. Os livros ganharam uma popularidade mundial, recebendo múltiplos prêmios e vendendo mais de 400 milhões de cópias.Eles se tornaram a série literária mais vendida da história. Warner Bros adaptou os livros para o cinema, fazendo com que os filmes entrassem na lista de filmes de maior bilheteria.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Tempo é dinheiro -Lionel Shriver

Tempo é Dinheiro - Lionel Shriver
Título original: So Much for That
Ano de publicação: 2010
Editora Intrínseca / 2012
Tradução Vera Ribeiro
464 páginas 

Shep, ou Shepherd Armstrong Knacker, desde a adolescência,  teve, pesquisou e alimentou o sonho de "Outra Vida", ou seja, mudar-se para algum país na África e lá viver como milionário, já que, por lá, vivia-se com dois reais ao dia. 
Depois de ter vendido sua empresa de faz-tudo "Knak para toda obra" a um dos empregados, um gordo e incompetente que ganhara uma herança, seria uma forma de viver eternamente como rico.  Mesmo com a venda, continuou na sua empresa, agora a "Randy mão na obra", porém como empregado. Um arranjo temporário que deveria ser por pouco tempo e se estendeu por oito anos. Então, quando ele estava disposto a tomar as rédeas de sua Outra Vida, a esposa Glynis descobre que sofre de câncer e todo o planejamento da viagem se desfaz. Sem falar que o fundo para uma vida de milionário em Pemba, na África, também tem seu futuro sombrio com os custos do tratamento de saúde da esposa, nem todo coberto pelo seguro de saúde, e, por ser um câncer raro chamado mesotelioma, pelo preço de um profissional especializado.
Sem falar na dilapidação gerada pelo pai de Shep, idoso, com uma curta renda de pastor aposentado, que também necessita de ajuda financeira, bem como a irmã folgada.
Jackson ajudou Shep a fundar a Knak mão na obra e também era o melhor amigo de seu antigo patrão, agora colega de trabalho. Sua vida, assim como de sua esposa Carol, gira em torno da filha mais velha Flicka, que possui uma doença degenerativa genética.
Os problemas conjugais, a resiliência que chega às raias da babaquice de Shep, a personalidade difícil de Glyndes, o filho adolescente alheio e esquisito, a pãodurice, o sexo no casamento, percepção pessoal de inferioridade no relacionamento, eutanásia, a saude pública quase inexistente nos EUA, o falastrão e revoltado Jackson que faz vários discursos contra governo, sobre a vida, trabalho, falas dos personagens que enriquece o livro, quando a autora navega de forma sublime por esses e outros vários temas.
O segundo livro da autora que leio. Julguei de antemão que me causaria impacto a leitura, levando em conta o primeiro.
A autora
Lionel Shriver
Lionel Shriver nasceu em 18 de maio de 1957 (60 anos), Gastonia, Carolina do Norte, EUA, é uma jornalista e escritora bestseller americana, famosa por sua obra We Need to Talk About Kevin. É de uma família extremamente religiosa, sendo o seu pai pastor presbiteriano. [Fonte: Wikipédia]

Passagens: 
"Embora ainda fosse capaz de perceber a diferença entre sessenta e sessenta e cinco anos, nos últimos tempos, todos os seus conhecidos mais novos tinham entrado na categoria indiferenciada de Mais Jovem Que Eu, o que era estranho, porque ele já passara por aquelas idades, sabia como eram e que aparência tinham no espelho."

"Pessoalmente, Shep não compreendia por que alguém quereria ser médico. Ah, é clato que as tarefas de introduzir um stent numa artéria e desobstruir um ralo de banheira eram tecnicamente similares. Mas o médico era uma espécie de faz-tudo que, numa percentagem apreciável do tempo,  tinha que bater à porta e dizer: sinto muito, mas não posso desobstruir seu encanamento. Era para isso que servia agir com gentileza: paraa parte do sinto muito. E depois ele se retirava, talvez dando adeusinho, e deixava o sujeito com a água imunda estagnada na banheira. Por que é que alguém havia de querer um trabalho desses?"

"É como se, agora, todo mundo andasse exibindo suas neuroses. Costumávamos ser cercados por um bando de gente de aparência sofrivelmente normal, que ia para casa e se olhava no espelho, infeliz. Agora, você anda pela rua e as mulheres têm seios do tamanho de um dirigível. Homens de vestido, entupidos de hormônios,  usam sutiã de armação e, pela dobra das calças colantes, de lycra, dá para ver que foram todos esculpidos com um talho grotesco de vagina. É como ter que viver nas paisagens oníricas dos outros."

"Para sua surpresa, dormiu um sono profundo. Para sua vergonha, estar na cama sozinho foi um alívio. A simplicidade, a vastidão sem exigências dos lençóis vazios. Não se apercebera da tensão de um outro corpo ao lado do seu, apodrecendo um pouco mais a cada minuto, de dentro para fora. Da energia

A emparedada da tua nova - Carneiro Vilela

Cepe editora / 5a edição / 2013
518 páginas
Ficção brasileira

Tudo transcorria bem na sociedade recifense no final do século XIX. As mulheres, seus maridos, seus amantes, a corrupção, o dinheiro, a sociedade. Jaboatão não era mais que uma vila, que se chegava a cavalo em duas horas de Recife. De Jaboatão, no engenho Suaçuna, também foram os urubus, seres de todos os tempos, que se refastelavam do banquete dado por um cadáver no meio do mato. Os ditos bichinhos revelaram a sua existência, junto com um revólver, uma carta, um canivete e as próprias roupas.
Lá na rua Nova, o comerciante Jaime Favais é interpelado pelo mandante de tal morte, com medo que identificassem o defunto. Mas eles bolam um plano para que o nome dado ao presunto seria de um polaco sumido. Claro, foi isso que a imprensa local relatou. Que mais haveria de saber?
Mas o fato trágico origem do assassínio é relatado qual folhetim novelista no romance de Vilela.
E não conseguimos abandonar a leitura sobre as paixões despertadas por Leandro Dantas, amante de várias mulheres, principalmente as casadas, mas que, através da bola da vez que é Celeste, a fogosa esposa do senhor de engenho, conhece Josefina Favais, a dita esposa de Jaime, pivô da desgraça de todos, inclusive da filha Clotilde. Ou talvez não ela mesma, mas o primo português João Favais, que vê em Clotilde não apenas um bom par de pernas, mas também sua fortuna futura.
João contrata o desocupado mas inteligente Jereba para seguir o Comendador (Jaime Favais) e o sujeito suspeito que o procura, o Zarolho, para que descubra que segredo o tio esconde para se relacionar com tal tipo.
Assim se desenrola o romance de Vilela. Se tal tivesse um humor mais fino, seria quase um romance machadiano, que descortina a alma humana egoísta, corrupta, traiçoeira, libertina. Um retrato da sociedade da época e, porque não dizer, atual.
A obra foi publicada em 1886 pela Typographia Central (Recife). Depois, entre 03 de agosto de 1903 e 27 de janeiro de 1912, em formato de folhetim no Jornal Pequeno (Recife).
Trata-se de uma ficção, porém o cadáver realmente foi encontrado em 23 de fevereiro de 1864, conforme registro em jornais da época.
Excelente. Recomendo.

Carneiro Vilela
Carneiro Vilela 
1846 - 1913, romancista, dramaturgo, poeta, cronista, jornalista, tradutor, ilustrador w pintor que viveu em Recife/PE.
Foi o primeiro presidente da Academia Pernambucana de Letras, patrono da cadeira 21.
Era autor de críticas ácidas sem papas-na-língua que falava da sociedade, costumes e dos modos e da natureza humana dos que viviam no Brasil do Segundo Império, que talvez o tenha levado quase ao ostracismo.
(Fonte: prefácio 5 da edição)

"Para a mulher, porém, - para a futura mãe de família, para a verdadeira base da sociedade moderna - estreitavam-se os horizontes intelectuais e morais, proibiam-lhe a liberdade de pensar e de sentir, entregavam-na aos corvos do fanatismo e da hipocrisia, asfixiavam-lhe o coração, envenenavam-lhe o espírito e, em vez de procurarem formar uma esposa e uma mãe com todas as aptidões para procriar cidadãos e homens de espírito, preparavam uma beata inútil e estúpida, apta apenas para dissertar sobre as problemáticas virtudes do rosário ou para engrolar  ladainhas depois de indigestos e perniciosos sermões jesuíticos!"

"(...) Porque os homens íntegros e honrados assim são simples até a candura, simples até a ingenuidade - supunha ele que a maternidade é uma sagração: quando muitas vezes não passa de um castigo e é sempre apenas uma função natural, consequência lógica de vida de uma necessidade imperiosa do organismo."

"João Paulo Favais [...] sentira nascerem-lhe no esírito ideias de uma ambição desmarcada, porém de perfeito aqcordo com as causas que o haviam feito sair da sua terra e com os motivos que o trouxeram à pátria dos macacos e dos bananas."

"O que no caixeiro sofreu mais com aquela descoberta e aquele receio, não foi a sua ambição, foi seu amor próprio. Ser preterido por um mulato!... por um baiano... ele um caucasiano puro e legítimo, um genuíno filho da pátria do vinho do Porto!... Não!... o seu orgulho não podia sofrer uma tal injúria, e a família de seu tio não podia ficar exposta a sofrer uma afronta tão direta aos brios e à pureza de sua imagem."

"A povoação do Monteiro, naquele ano de 1962, mostrava o aspecto brilhante de um arrabalde em plena efervescência de festa. As famílias mais gradas da cidade para aí haviam mudado sua residência temporária e enchiam aquelas paragens com o ruído de suas alegrias, com as alegrias dos seus divertimentos cordiais e repetidos."

"Diz um ditado popular que no comer e 'no coçar e no coçar, tudo está no começar'. O rifão seria mais completo e verdadeiro se se aplicasse a todas as nossas ações e se referisse mesmo a todas as coisas deste mundo. Com efeito, o mais difícil em tudo é dar o primeiro passo, - o começar -m às vezes é isto até que é unicamente difícil. Coisas há que, parecendo-nos impossíveis e enchendo-nos de pavor, se tornam depois familiares e nos proporcionam encantos indizíveis, desde que, para realizá-las ou para obtê-las, tenhamos a coragem de dar o primeiro passo necessário à sua execução."

"A escravidão está tão arraigada aos nossos hábitos e costumes, identificou-se tanto com a nossa educação e nossa índole, que não é raro encontrar-se verdadeira amizade entre duas criaturas de condição e raças tão diversas como a senhora e escrava, ao ponto de uma ser a depositária única e fiel dos segredos da outra."

Paixão proibida - Penelope Williamson

Sem dados do livro
507 páginas
Emma Trenayne é uma jovem rica já beirando a solteirice para sua época, com casamento marcado com Geoffrey, que conhece desde a infância, mas se encanta com a testosterona de Shay.
Shay, casado com Bria, duas duas e outro a caminho, trabalha feito um condenado pra suspentar a família,  probre de Jó, mas dá umas olhadas em Emma. Homem é homem. 
Mundos diferentes, mas a atração é forte.
Resumindo: ô livro ruim. 

Penelope Williamson é um autor internacionalmente reconhecido de romances históricos. Dois
milhões de cópias e títulos como The Outsider e A Wild Yearning provam o seu sucesso.
Pseudônimos: Elizabeth Lambert, Penn Williamson  [Fonte: Skoob]

Amanhã eu paro! - Gilles Legardinier

Título original : Demain j'arrête!
Editora Arqueiro Ltda / 2017
Tradução : Fernanda Abreu
Ficção francesa
304 páginas
Julie tem 28 anos, acabou de ficar solteira novamente e se sente sem sorte no amor. Desenvolve uma paixonite e fixação pelo novo morador do prédio onde mora: o charmoso Ric. Misterioso, procura meios de descobrir mais detalhes de sua vida. A amizade surge e o sentimento aumenta. Enquanto isso, o tédio de trabalhar como bancária faz com que abandone o emprego e comece a trabalhar na padaria do bairro onde já conhece tudo e todos. Menos Ric, claro.
Uma estoriazinha boba, querendo ser engraçada sem ser, quase de forma forçada, não prende nem empolga.
Ruinzinho. 

Gilles Legardinier é francês, nasceu em Paris, 1965, escritor,  roteirista, produtor. 

"Dou a vocês o presente de ser o pior, a referência mais rasteira possível, o fundo do poço. Se um dia vocês se sentirem uns merdas, se sentirem culpados por seus fracassos e com raiva de si mesmos, pensem em mim, e espero sinceramente que se sintam melhor. Todo mundo ri, todo mundo aplaude, então uma moça começa a contar que foi demitida três semanas antes por ter dado uma gargalhada na cara de um engraçadinho que a estava azarando. Pensou que ele fosse algum executivo cheio de testosterona da área comercial, mas na verdade era o jovem e bem-apessoado CEO do cliente mais importante de seu chefe... Ela perdeu o emprego e morreu de rir. E todo mundo riu junto."

"Não sei se existe gente que gosta de trabalhar em banco, mas eu detesto. Para mim, os bancos simbolizam a falência de nossas civilizações. Tanto os clientes quanto os funcionários sentem a mesma infelicidade por ter que frequentá-los, mas ninguém tem outra opção"