segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A Celestina - Fernando de Rojas

Tragicomédia que tem tem início com a paixão do personagem Calisto por Melibea e, para conseguir esse amor, contrata, por sugestão de seu criado Semprônio, os serviços de uma velha, conhecida como bruxa, feiticeira da região, Celestina. Mesmo advertido por outro criado, Pármeno, que se tratava de pessoa sem escrúpulos, Calisto, perdido de amores, decide fazer tudo o que a velha Celestina queira, a qualquer preço.
Vendo a chance de ter para si oportunidade de ganhar uma boa soma de dinheiro, Celestina também convence Pármeno que entre no plano, fazendo acontecer encontros deste com Areúsa, além de vantagem financeira.
Assim conseguem que os dois, Calisto e Melibea se encontrem. A princípio ela o refuta, ignora, mas depois percebe seu amor e passam a se encontrar às escondidas do pai da moça no jardim de sua casa, tendo como os criados como vigias.
Celestina, ao final, recusa-se a partilhar o pagamento com Pármeno e Sempronio, que decidem matá-la, mas que também são mortos pela fúria da população que os flagra no assassínio.
O destino de Calisto e Melibea também não segue destino esperado, mas me deterei a esse enredo por aqui, caso contrário contarei toda a trama, o que tirará a curiosidade do leitor ao deleitar-se com a peça teatral muito boa.
Passagens:
"... Deves saber que quando há muita distância entre o que pede e o que pode, ou por dever de obediência, por importância social (...) é necessário um intermediário ou mediador, que faça pouco a pouco, de degrau em degrau, subir minha mensagem até os ouvidos daquela a quem sozinho acho impossível encontrar..."
"Não é boa coisa conhecer o ser humano. Não há animal ou mercadoria que se compare com ele. É o que dizem."
"Tanto morre o que come muito como o que deixa de comer, o doutor e o pastor, o papa e o sacristão, o senhor e o servidor, os da alta e os da baixa, tu com tanto trabalho e eu sem nenhum. Ninguém vive para sempre. É gozar e divertir, que à velhice poucos chegam, e dos que chegam nenhum morreu de fome."
"Não é branco tudo o que não parece negro, nem tudo que é amarelo é ouro. Teus desmedidos desejos, afastados da razão, fazem parecer desmedidos os meus conselhos demasiados sensatos."

Fernando de Rojas
Fernando de Rojas
Nasceu em La Puebla de Montalbán (Toledo), por volta de 1470, no seio de uma família de cristãos-novos que volta a aparecer em processos inquisitoriais posteriores por manter o judaísmo às escondidas da Inquisição. Fernando de Rojas ajudou membros da sua família, denominados marranos (Anusim literatura rabínica), afetados pelas perseguições da Inquisição. A sua família foi perseguida e ele próprio aparece como acusado, em documentos, em versos acrónimos, documentos que mostram que foi ele o autor de La celestina. Estudou direito na Universidade de Salamanca, segundo ele mesmo afirma em La carta del autor a un amigo suyo, que precede o texto da sua obra. Aparece documentado que, por volta de 1496-1497, terá obtido o título de Bacharel em Leis. Hoje em dia não há dúvida de que seja o autor de La Celestina, que terá escrito com cerca de vinte e cinco anos, pouco mais que o protagonista, Calixto, que tinha 23 anos. O autor revelou o seu nome e o local de seu nascimento num famoso acróstico, no início da segunda edição (1500). Não se conhece nenhuma outra obra sua. Sabe-se que se estabeleceu na localidade de Talavera de la Reina, onde alguns autores pensam que tenha sido presidente da câmara e onde se casou. A sua condição de convertido influi no argumento da sua obra, segundo a maioria dos críticos: foi dito que a ausência de uma fé firme justificaria o pessimismo de La Celestina e a falta de esperança patente no seu dramático princípio. Rojas morreu em 1541 em Talavera de la Reina, entre o dia 3 e o dia 8 de abril. Os seus restos mortais foram enterrados no convento Madre de Deus daquela cidade e, nos anos oitenta do século XX, foram transferidos para a Colegiata de Santa María la Mayor de Talavera. Conserva-se o seu testamento, datado de dia 3 de abril do ano da sua morte, muito detalhado, que foi o deleite dos críticos ao poderem estudar a sua abundante biblioteca. Deixou os livros de Direito para o seu filho, que também foi advogado, e os de literatura profana para sua esposa. No inventário da biblioteca, encontra-se apenas um exemplar da sua obra (quando faleceu haveria, pelo menos, 32 edições da obra) e nenhum da Segunda comedia de La Celestina e daTercera parte de la tragicomedia de Celestina, publicadas em vida.[Fonte: Wikipedia]
http://www.spainisculture.com/en/artistas_creadores/fernando_de_rojas.html