segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A Ilha - Aldous Huxley

Will Farnaby, jornalista inglês, sofre um acidente no mar e chega à "Ilha proibida" Pala, no sudoeste asiático. Lá encontra uma sociedade com bases utópicas, onde a existência poderia ser vivida com plenitude, controle mental, hipnose, relações baseadas em puro amor, relacionamentos onde famílias interagem, a natureza é plena e preservada, a automação e industrialização não são permitidas, sem militarismo, uso de cogumelos alucionógenos para alcançar a iluminação, sexo tântrico, etc. Will, ao chegar na Ilha, náufrago, é acordado por um pássaro que repete constantemente "Atenção! Agora!", que posteriormente, quando é tratado pelos habitantes da ilha para recuperar-se do acidente, descobre que foram ensinados pelos ancestrais para que todos tivessem consciência de viver o momento presente, tratando a dor e a angústia diárias.
Ele, que também tinha a missão de representar um importante empresário do petróleo que pretendia explorar a ilha. Ao conhecer melhor a filosofia e o modo de viver dos habitantes, questiona seus próprios valores, suas culpas, medos, parte para o autoconhecimento.
Em "A Ilha", Huxley recria uma sociedade da época, não uma futurista, como em "Admirável Mundo Novo".

Passagens:
"Se apenas soubesse quem realmente sou,deixaria de proceder como penso que sou. E se parasse de me comportar como penso ser, saberia quem sou."
"Define-se como ‘fé perfeita’ algo que traz uma completa paz de espírito. Mas a paz de espírito integral é coisa que praticamente ninguém possui e, sendo assim, a fé perfeita não existe. Consequentemente, todos nós estamos de antemão condenados à punição eterna. Quod erat demonstrandum."
"O 'eu' que penso ser e o 'eu' que realmente sou! Em outros termos, o sofrimento e o fim do sofrimento. Cerca de um terço do sofrimento que devo suportar é inteiramente inevitável por ser inerente à própria condição humana. Representa o preço que todos temos que pagar pelo fato de sermos dotados de sensibilidade; embora sedentos de liberação, nos sujeitamos às leis naturais que nos obrigam a continuar caminhando(sem poder retroceder) através de um mundo inteiramente indiferente ao nosso bem-estar. Caminhando em direção à decrepitude e à certeza da morte. Os outros dois terços são 'confeccionados em casa' e o universo os considera inteiramente supérfluos."
"Na escola que eu freqüentava não aprendíamos coisas. Só nos ensinavam palavras."
"Os povos são ao mesmo tempo os beneficiários e as vítimas das suas próprias culturas.” "No fundo, todos vocês não passam de platônicos que adoram as palavras e detestam os fatos.”

Aldous Huxley
Aldous Huxley
Aldous Leonard Huxley (Godalming, 26 de Julho de 1894 — Los Angeles, 22 de novembro de 1963). Passou parte da sua vida nos Estados Unidos, e viveu em Los Angeles de 1937 até a sua morte, em 1963. Mais conhecido pelos seus romances, como Admirável Mundo Novo e diversos ensaios, Huxley também editou a revista Oxford Poetry e publicou contos, poesias, literatura de viagem.
Foi um entusiasta do uso responsável do LSD como catalisador dos processos mentais do indivíduo, em busca do ápice da condição humana e de maior desenvolvimento das suas potencialidades.
Estudou medicina na Eton College, e foi obrigado a abandonar aos dezesseis anos, devido a uma doença nos olhos que quase o cegou impedindo-o de continuar no curso de medicina. Mais tarde, ele recuperou visão suficiente para se formar com honra pela Universidade de Oxford, mas insuficiente para servir ao exército britânico durante a Primeira Guerra Mundial. Em Oxford, teve o primeiro contacto com a literatura, conhecendo Lytton Strachey e Bertrand Russell. Também se tornou amigo de D. H. Lawrence. Viveu a maior parte dos anos 20 na Itália fascista de Mussolini que inspirou parte dos sistemas autoritários retratados em suas obras.
A obra-prima de Huxley, Admirável Mundo Novo (Brave New World), foi escrita durante quatro meses no ano de 1931. Os temas nela abordados remontam grande parte de suas preocupações ideológicas como a liberdade individual em detrimento ao autoritarismo do Estado.
Huxley casou-se com Maria Nys (10 de setembro de 1899 – 12 fevereiro de 1955), uma belga que ele conheceu em Garsington, Oxfordshire, em 1919. Eles tiveram um filho, Matthew Huxley (19 de abril de 1920 – 10 de fevereiro de 2005), que seguiu a carreira de escritor, antropólogo e epidemiologista. Em 1955, Maria morreu de câncer.
Em 1956, Huxley se casou com Laura Archera (1911–2007), escritora, violinista e psicoterapeuta. Ela escreveu This Timeless Moment, uma biografia de Huxley. Em 1960, Huxley foi diagnosticado com câncer de laringe e, nos anos seguintes, embora sua saúde deteriorasse, ele escreveu o romance A Ilha e lecionou sobre as potencialidades humanas no Centro Médico São Francisco da Universidade da Califórnia e no Instituto Esalen. Nos últimos dias, impossibilitado de falar, Huxley escreveu um pedido à sua mulher para "LSD, 100 µg, intramuscular" (100 microgramas de LSD, aplicação intramuscular). Ela injetou uma dose às 11:45 da manhã e outra algumas horas depois. Ele morreu às 17:21 do dia 22 de novembro de 1963, aos 69 anos. As cinzas de Huxley foram enterradas no jazigo da família, no cemitério de Watts, casa de Watts Mortuary Chapel em Compton, uma vila perto de Guildford, Surrey, Inglaterra.
A cobertura midiática a respeito de sua morte foi ofuscada pelo assassinato de John F. Kennedy, no mesmo dia, assim como a morte do autor irlandês C. S. Lewis. Essa coincidência foi a inspiração para Peter Kreeft no seu livro Between Heaven and Hell: A Dialog Somewhere Beyond Death with John F. Kennedy, C. S. Lewis, & Aldous Huxley.
O único filho de Huxley, Matthew Huxley, é também um autor, professor, antropologo e proeminente epidemiologista. Aldous Huxley sobrevive também na figura de seus dois netos. [Fonte: Wikipedia]