terça-feira, 29 de setembro de 2015

Menino de ouro - Abigail Tarttelin

aAlguém pode não ser uma aberração da natureza, mas basta ter características incomuns dos demais, um nascimento que trouxe consigo uma marca indelével de ser diferente, que uma carga de emoções diferentes, personalidade diversa, medos, necessidade de agradar e ser bom em quase tudo o força, como compensação de uma "falha", mesmo que poucos saibam disso.
Assim é Max. Um garoto bonito, inteligente, popular, querido pelas garotas, mas traz consigo um grande segredo. Mas silêncio! Não se fala sobre isso em casa, não se toca no assunto, assim fica o filho perfeito em sua vida perfeito, na família perfeita... até que o dia o destino desafia a encarar de frente sua "carga", decidir questões que, dentro de seus dezessete anos de idade, tornam-se pesados.
Um livro bem interessante, recomendo.
Trechos:
"Agora percebo que estava tentando com todas as minhas forças. Estou começando a entender que tentar ser perfeito foi o objetivo da minha vida. Da nossa vida. Tentar ser essa pessoa sorridente e sem defeitos, nessa família amorosa e feliz que se encaixa perfeitamente nessa cidadezinha bonita e inofensiva. O que tinha de tão ruim naquele objetivo, afinal? Apenas que eu não podia realizá-lo. Que eu decepcionei todo mundo. Fiquei tão mal por causa disso, tão deprimido pensando sobre todas as bolas que estava tentando manter no ar nesse malabarismo e que deixei cair, e agora as engrenagens giram no sentido da apatia total sobre tudo, tudo, e tudo o que consigo pensar é que sou um ser humano vazio. Sou uma marionete. Eu sou o culpado"
"Você tem que se achar especial de verdade para pensar que pode desempenhar um papel na definição da identidade de um grupo de pessoas que não conhece, de seres humanos com um monte de merda complicada acontecendo em seu corpo. Eles ainda não sabem o que certas partes do nosso cérebro podem fazer; eles ainda não sabem como curar um simples resfriado; e afirmam saber sobre sexualidade, sobre sexo. Bem, você não é um homem só porque gosta de futebol, e não é uma mulher só porque se sente atraída por homens, e não deixa de ser mulher porque gosta de ser a única que mete, e não deixa de ser um cara só porque gosta de receber ou porque às vezes chora em filmes bobos