Alessandro ambiciona tornar-se um escritor de sucesso, porém os livros que escreve são recusados pelas editoras. Também não possui recursos financeiros para lançá-los independente. Tem um grande amigo desde a infância, Zak, um garoto mimado e rico, filho de Maria Claria e Getúlio Cavalcante, amigos de sua mãe também.
Com a avó de Alessandro internada, porque enlouqueceu depois da morte do marido (não! Não é por saudade, mas assombrada porque ele poderia voltar pra bater mais nela), a mãe com diagnóstico de câncer, junta-se a mais oito jovens, entre eles o amigo Zak, para cometerem o suicídio numa roleta russa. Alessandro então escreveria o grande livro da sua vida, narrando incessantemente o que acontece no porão onde se fecharam os nove suicidas, certo que seria um grande sucesso póstumo.
No livro, temos as narrativas dele na noite e início da madrugada na roleta russa, os escritos do diário/livro encontrado em seu quarto pelos policiais após sua morte e, uma terceira narrativa, as mães dos filhos mortos sendo interrogadas, um ano depois da tragédia.
O livro surpreende e prende na leitura, porém, ao final, algumas lacunas ficam sem respostas, aqueles porquês, comos, ondes. Esclarecimentos de ligações entre fatos importantes para dar mais realismo à trama. Poderia considerá-lo muito bom não fosse esses espaços vazios sem explicações.
Somado a esses "buracos negros", os inexplicados que não foram esclarecidos, há a falta de motivos (exceto o personagem Lucas) reais para a decisão de morrer. Vagos demais, carecia mais densidade nos personagens, mais exatidão.
Dei três estrelas na avaliação porque o livro me prendeu, mas, na realidade mesmo, não vale duas. Pelo escritor, que sou uma fã ardorosa, daria tantas estrelas quanto houvesse a dá-las.
Raphael Montes
Nasceu em setembro de 1990, no Rio de Janeiro. Advogado e escritor, teve contos publicados em diversas antologias de mistério, inclusive na Playboy, na antologia "Rio Noir" e na prestigiada revista americana Ellery Queen’s Mystery Magazine.
Aos 20 anos, impressionou a crítica e público com um suspense policial finalista do Prêmio Benvirá de Literatura 2010, do Prêmio Machado de Assis 2012 da Biblioteca Nacional e do prestigiado Prêmio São Paulo de Literatura 2013. Em breve, será publicado em nova edição pela ed. Companhia das Letras Aos 24 anos, publicou Dias Perfeitos (ed. Companhia das Letras). O romance foi um fenômeno: teve os direitos de tradução vendidos para 22 países e foi escolhido como Livro do Mês na Amazon norte-americana. No exterior, o livro mereceu resenhas em jornais como The Guardian e Chicago Tribune, recebeu elogios de autores internacionais e foi considerado uma espécie de “irmãos Coen brasileiro”.
Em agosto de 2015, Raphael publicou seu terceiro livro, O Vilarejo(ed. Suma de Letras), um romance fix up de terror que fez grande sucesso entre o público jovem e mereceu comparações com Stephen King.
Em dezembro de 2016, publicou Jantar Secreto (ed. Companhia das Letras), integrando a lista de mais vendidos daquele mês e com direitos de tradução vendidos para França, República Tcheca, Espanha e Polônia.
Todos os seus livros tiveram os direitos de adaptação vendidos para o cinema e estão em produção. Atualmente, Raphael assina uma coluna semanal no Jornal O GLOBO e escreve roteiros para cinema e TV. [Fonte: https://www.raphaelmontes.com.br]
No livro, temos as narrativas dele na noite e início da madrugada na roleta russa, os escritos do diário/livro encontrado em seu quarto pelos policiais após sua morte e, uma terceira narrativa, as mães dos filhos mortos sendo interrogadas, um ano depois da tragédia.
O livro surpreende e prende na leitura, porém, ao final, algumas lacunas ficam sem respostas, aqueles porquês, comos, ondes. Esclarecimentos de ligações entre fatos importantes para dar mais realismo à trama. Poderia considerá-lo muito bom não fosse esses espaços vazios sem explicações.
Somado a esses "buracos negros", os inexplicados que não foram esclarecidos, há a falta de motivos (exceto o personagem Lucas) reais para a decisão de morrer. Vagos demais, carecia mais densidade nos personagens, mais exatidão.
Dei três estrelas na avaliação porque o livro me prendeu, mas, na realidade mesmo, não vale duas. Pelo escritor, que sou uma fã ardorosa, daria tantas estrelas quanto houvesse a dá-las.
Raphael Montes
Raphael Montes |
Nasceu em setembro de 1990, no Rio de Janeiro. Advogado e escritor, teve contos publicados em diversas antologias de mistério, inclusive na Playboy, na antologia "Rio Noir" e na prestigiada revista americana Ellery Queen’s Mystery Magazine.
Aos 20 anos, impressionou a crítica e público com um suspense policial finalista do Prêmio Benvirá de Literatura 2010, do Prêmio Machado de Assis 2012 da Biblioteca Nacional e do prestigiado Prêmio São Paulo de Literatura 2013. Em breve, será publicado em nova edição pela ed. Companhia das Letras Aos 24 anos, publicou Dias Perfeitos (ed. Companhia das Letras). O romance foi um fenômeno: teve os direitos de tradução vendidos para 22 países e foi escolhido como Livro do Mês na Amazon norte-americana. No exterior, o livro mereceu resenhas em jornais como The Guardian e Chicago Tribune, recebeu elogios de autores internacionais e foi considerado uma espécie de “irmãos Coen brasileiro”.
Em agosto de 2015, Raphael publicou seu terceiro livro, O Vilarejo(ed. Suma de Letras), um romance fix up de terror que fez grande sucesso entre o público jovem e mereceu comparações com Stephen King.
Em dezembro de 2016, publicou Jantar Secreto (ed. Companhia das Letras), integrando a lista de mais vendidos daquele mês e com direitos de tradução vendidos para França, República Tcheca, Espanha e Polônia.
Todos os seus livros tiveram os direitos de adaptação vendidos para o cinema e estão em produção. Atualmente, Raphael assina uma coluna semanal no Jornal O GLOBO e escreve roteiros para cinema e TV. [Fonte: https://www.raphaelmontes.com.br]