segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A Herdeira - Henry James

O livro se passa no século XIX. Um influente e próspero médico, Austin Soper, casado com rica e bela mulher, tiveram um filho morto aos três anos e após dar à luz a outra filha, falece e dão o nome dela à criança. O médico convidou a irmã, Sra. Penniman, para ajudá-lo a cuidar da menina. Sem a beleza da mãe, Catherine também não possuía desenvoltura, era tímida, calada, que fazia o pai não se orgulhar da filha.
Catherine conhece Morris Townsend, jovem belo, que havia viajado pela Europa, tido aventuras e gastara toda a fortuna que possuía. Assim a sociedade não o via com bons olhos. O envolvente Townsend encanta Catherine, pela atenção que até então não tinha conseguido da parte masculina, dado sua pouca beleza e timidez que chegava à frieza. A tia deslumbrou-se pelo moço, sendo favorável ao namoro de ambos. Os dois decidem noivar, sem comunicar ao Doutor Sloper. Este, sabendo da reputação de Morris, dizia que ele apenas se interessava pela herança de Catherine, já que ela não tinha atrativos suficientes para conquistar um belo jovem. Decide impedir o casamento, até divertindo-se com aquele jogo de noivado, com a ilusão da filha, sentenciando que, se ela se casar nada herdará da parte dele. Morris então desiste do casamento, alegando que não poderia privar Catherine dos direitos à herança do pai por sua causa.
Morris começa viagens de negócios e Catherine, desiludida, leva sua vida, decidindo não demonstrar sua dor, sofrimento pela perda do noivo. Com o passar dos anos, recusa alguns pedidos de casamento, tornando-se uma solteirona.
Os dois reencontram-se anos mais tarde, já com o Dr. Sloper morto, e o que acontece... você verá quando ler o romance.
Livro sensível, que retrata bem a mulher daquela época, submissa, romântica, o preconceito de classes, além de deixar sempre dúvidas quanto aos reais sentimentos de um belo jovem por uma moça não tão bela, mas com enorme fortuna a receber. Vale a pena ser lido.
Boa leitura!

Henry James
Henry James
Escritor, dramaturgo, ensaísta e crítico, Henry James figura entre os mais influentes autores da virada do século XIX. Nascido em Nova York em 1843, com ascendência irlandesa e escocesa, foi o segundo dos cinco filhos de Sir Henry James, um proeminente teólogo e filósofo. De acordo com a vontade do pai, Henry James e seus irmãos receberam uma educação cosmopolita. Começou seus estudos em casa com um tutor. Em 1862 ingressou na escola de Direito de Harvard, que abandonou após um ano. Encorajado pelo seu amigo e companheiro de escrita William Dean Howells, começou a produzir artigos e críticas para vários jornais.
Em 1869, sentindo-se repelido por uma América hostil ao seu talento criativo e atraído por uma Europa que respirava cultura, abandonou os Estados Unidos para embarcar na primeira longa viagem ao exterior. Passando por Londres, Paris e Roma, James se sentiu como um espectador da própria vida, e seus primeiros trabalhos publicados relatam essa experiência: Roderick Hudson (1875), sua primeira novela, aborda o fracasso de um escultor americano em Roma. The American (1877) e The uropeans (1878), por sua vez, como os títulos sugerem, enfocam as diferenças entre os dois continentes. Atraído pelo clima intelectual e social de Paris, James passou um ano na cidade, onde teve a oportunidade de conhecer Flaubert e Turguêniev. Em 1876 se estabeleceu em Londres, fazendo da cidade sua casa pelos próximos vinte anos.
Já na Inglaterra, James escreveu algumas das suas melhores obras, incluindo Daisy Miller (1879) que, publicada inicialmente em 1878 na The Cornhill Magazine, transformou-o no sucesso do momento em Londres. Foi o primeiro trabalho com o qual obteve grande popularidade, e o primeiro de seus grandes retratos da mulher americana. Nesse período escreveu também Retrato de uma senhora (The Portrait of a Lady, 1882), The Bostonians (1886) e The Princess Casamassima (1886), consagrando-se no gênero novela como precursor da moderna ficção pela utilização do flashback e pela narração indireta.
Após essa primeira fase marcadamente realista, Henry James se aprofundou na literatura de caráter psicológico. Além de se destacar como autor de narrativas longas e curtas (escreveu cerca de cem contos), James também se dedicou à dramaturgia, experiência negativa pela qual chegou a ser vaiado na estréia da sua peça Guy Domville, em 1895. Após esse episódio, decidiu retornar à ficção, produzindo Pelos olhos de Maisie (What Maisie Knew, 1897), The Awkward Age (1899), As asas da pomba (The Wings of The Dove, 1902) e A taça de ouro (The Golden Bowl, 1904). A volta do parafuso (The Turn of the Screw, 1898), dessa mesma época, uma sinistra história de terror psicológico, se tornou um clássico da literatura e grande exemplar do extraordinário domínio do autor da língua inglesa. Henry James permaneceu em Londres até o final dos anos 1890, quando se mudou para Rye, uma pequena cidade no topo de uma colina, em Sussex. Popular entre os intelectuais de Londres, o autor também era muito estimado por jovens escritores. Sua admiração pela Inglaterra e por tudo que fosse inglês contribuíram para que ele se naturalizasse cidadão britânico em 1915, após o início da Primeira Guerra Mundial, sendo posteriormente condecorado com a Ordem do Mérito. Henry James morreu em 1916, em decorrência de um derrame.
Fonte: www.lpm-editores.com.br