segunda-feira, 28 de setembro de 2015

A casa do poeta trágico - Carlos Heitor Cony

Depois de três anos de separação, Augusto recebe a visita da ex-mulher, Mona, na casa q foi construída para eles, em Itaipava. O encontro traz recordações da vida em comum, a trajetória desde o encontro, quando Augusto, em um cruzeiro pelo Mediterrâneo, observa Mona, uma jovem de 16 anos, ausente da realidade, enigmática, até essa observação tornar-se obsessão e persegue a adolescente até Nápoles, onde ela residia.
Mona recorda sua ânsia de sair da casa dos tios, a aparição de Augusto e seu pedido a ele que lhe conte "a história do mundo".
O livro denota os níveis por que passam um relacionamento a dois, as mudanças de comportamento e sentimentos, a diferença de idade entre os amantes (trinta anos). Também leva a pensar que o crescimento individual é moldado pelo convívio, da troca recíproca de experiências.
O título faz alusão a uma ruína na cidade de Pompéia, Itália, onde consta a inscrição "cave canem", cuidado com o cão, que acaba sendo uma alusão ao protagonista e seu cão Segredo, em sua casa de Itaipava.

"Ao fazer, tudo se reduz ao sim ou não, ao ficar ou partir."
"O homem - qualquer homem - é uma casa habitada por um poeta que, sabendo ou não sabendo, tem um sentido trágico.

Carlos Heitor Cony
Biografia
Carlos Heitor Cony
Carlos Heitor Cony nasceu no Rio de Janeiro em 1926, fez humanidades e curso de filosofia no Seminário de São José. Estreou na literatura ganhando por duas vezes consecutivas o Prêmio Manuel Antônio de Almeida (em 1957 e 1958) com os romances “A Verdade de Cada Dia” e “Tijolo de Segurança”. Cony trabalha na imprensa desde 1952, inicialmente no Jornal do Brasil, mais tarde no Correio da Manhã, do qual foi redator, cronista  e editor. Depois de várias prisões políticas durante a ditadura militar e de um período no exterior, entrou para o grupo Manchete, no qual lançou a revista Ele e Ela e dirigiu as revistas Desfile e Fatos&Fotos. Atualmente, é colunista da Folha de S.Paulo, comentarista da rádio CBN. Como diretor da teledramaturgia da Rede Manchete, apresentou os projetos e as sinopses das novelas “A Marquesa de Santos”, “Dona Beija” e “Kananga do Japão”. Em 1998, o governo francês, no Salão do Livro, em Paris, condecorou-o com a L'Ordre des Arts et des Lettres. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em março de 2000. “O Ventre” romance de estréia de Cony fez em 2008 cinquenta anos.
Ganhou os seguintes prêmios:
Manuel Antônio de Almeida (em 1956 e 1957)
Jabuti (em 1996, 1998 e 2000)
Livro do Ano (em 1996 e 1998 e 2000)
Prêmio Nacional Nestlé (em 1997)
Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de obra, em 1996
Fonte: http://www.carlosheitorcony.com.br/