O que dizer de um livro onde a personagem principal é a morte?
Ano novo, em um país imaginado pelo autor, as pessoas deixam de morrer. O Governo (como é particular de todo Governo) acalma, dizendo que não há motivos para alarde, que nomeará uma comissão para analisar o ocorrido, reuniões, etc... Se morrer seria motivo de crise, deixar de morrer seria alarmante? Paradoxo. Aí entra a onda de patriotismo, alegria, crise dos agentes funerários... Até a não morte tornar-se um problema. Os doentes se acumulam nos hospitais, a rainha-mãe não morre para dar lugar ao novo rei... E o papel da Igreja? Pedem a Deus que mandem de volta a morte! Vão à fronteira do país para que os doentes terminais parem de sofrer, cria-se o tráfico de doentes para a morte (a "máfia"). Situação delicada com os países vizinhos...
Até que a morte toma forma, dando outro rumo ao livro. Nesse ponto, particularmente (opinião própria, claro!), o livro perde um pouco a característica, o brilhantismo do início. As pessoas são avisadas por carta a data de sua morte, até que a carta a um determinado habitante sempre volta, a morte não consegue entender o motivo. Daí... daí leia o livro para saber a resposta!
Apesar da pontuação louca, ausência de letras maiúsculas, vale a pena ser lido.
Bem ao estilo Saramago, naquela forma ininterrupta de escrever, como se fosse num fôlego só.
Simplesmente surpreendente, empolgante.
Ano novo, em um país imaginado pelo autor, as pessoas deixam de morrer. O Governo (como é particular de todo Governo) acalma, dizendo que não há motivos para alarde, que nomeará uma comissão para analisar o ocorrido, reuniões, etc... Se morrer seria motivo de crise, deixar de morrer seria alarmante? Paradoxo. Aí entra a onda de patriotismo, alegria, crise dos agentes funerários... Até a não morte tornar-se um problema. Os doentes se acumulam nos hospitais, a rainha-mãe não morre para dar lugar ao novo rei... E o papel da Igreja? Pedem a Deus que mandem de volta a morte! Vão à fronteira do país para que os doentes terminais parem de sofrer, cria-se o tráfico de doentes para a morte (a "máfia"). Situação delicada com os países vizinhos...
Até que a morte toma forma, dando outro rumo ao livro. Nesse ponto, particularmente (opinião própria, claro!), o livro perde um pouco a característica, o brilhantismo do início. As pessoas são avisadas por carta a data de sua morte, até que a carta a um determinado habitante sempre volta, a morte não consegue entender o motivo. Daí... daí leia o livro para saber a resposta!
Apesar da pontuação louca, ausência de letras maiúsculas, vale a pena ser lido.
Bem ao estilo Saramago, naquela forma ininterrupta de escrever, como se fosse num fôlego só.
Simplesmente surpreendente, empolgante.
Frases:
"A religião é assunto da terra, não do céu"
"A religião é assunto da terra, não do céu"
"A Filosofia precisa da morte tanto quanto a religião. (...) Filosofar é aprender a morrer"
"As religiões não têm razão para existir que não seja a morte. É para isso que existimos. Para levarmos todo o tempo o medo pendurado no pescoço e, chegada a hora, olham a morte como uma libertação"